domingo, 28 de abril de 2013

Insônia


Delírios que me cavam a fonte
Malditos me tiram o sono,
Agora já não sei o que fazer
Com essa agonia presente em mim.

Acordo no meio da noite
Molhado de suor e desespero
Viro-me de um lado para o outro
Morfeu já não me aceita em seus braços
Um abismo de sentimentos
Que não consigo mais definir.

Apenas tentarei pregar os olhos
Agora espero sarar-me!
Porém meus olhos já não fecham mais
Enquanto essa loucura que me envolve
Ocupa temeroso espaço dentro de mim.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Banquete


São os mesmo rostos
Pintados por um azul anil
Escondendo as noites que os revelam
O quanto sombrio lhes pertence.

Em meio às sobras e os restos,
São todas tão cruás,
São todos tão frios...
Alimentando-se apenas por um prato,
Um banquete de mentiras
Que os enganam pela fome
De uma verdadeira liberdade.

São apenas pobres ricos
Vigiados pelo poder
Do inanimado capital.

domingo, 21 de abril de 2013

O Fruto


Nem toda fruta amadurece
Entre a carne e o caroço
Esverdeados de imaturidades
Continuam reduzidas aos âmagos infantis

Todos esses ensaios ao perfeito
Escondidos sobre uma casca de aparecias
Reprimem-se aos modelos; 
Rasos, Frágeis e superficiais... 
Paginas em branco entre uma bela capa,
Nada mais interessa.

Tragando fumaças escuras
Expelidas junto as suas almas
Que agora já não encontram mais espaço
Em um corpo tomado por vaidades
Sufocam-se em meio aos seus egos
Presos a todos esses padrões sociais.

Os dois lados da moeda.


Não são anjos, nem demônios
Apenas partes de mim
Que movimentam a falsa ideia
De uma personalidade singular.

Nem a todo o momento sou profano
Muito menos, me vejo enquanto santo
As raízes já não estão fincadas no chão
Flutuando sobre a lama e a água mais límpida
Porque o sagrado é apenas uma questão de opinião.

Faço-me assim...
Recortes das diferentes máscaras
Marcas de um bem cruel
As cicatrizes que se apagam com o tempo
Mesmo que sempre oscilando...
Formam tudo aquilo que sou
O céu e o inferno estão aqui,
Minha consciência é o divisor das águas. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Nem...


Nem todo o segundo é por um momento
Nem sempre o eterno é para vida inteira.
Os bárbaros e a nobreza
Também fazem parte de mim.

Nem todo rei tem sangue azul
Mas vermelho como o fruto proibido
Cegos, mudos, surdos!
Pois nem todos os sentidos exigem razão

Guardados pelas lógicas e certezas
Mas nem todo domingo é besteira
E graças a toda malandragem... 
Não me apego mais a essas bobagens!

Os Momentos De Um Soldado.



Todos presos entre os lábios
Ao fugir desse marasmo
Que desperta em um batalhão
Efêmera e profunda paixão

Mas que besteira todo o alarde
Das mais fortes vontades
Rimando rimas vazias
Expressando em minha poesia
Um verdadeiro estopim 
Causou tamanho alvoroço 
pelo mais simples esboço 
Da morena que sorrir!

Mas que completa besteira
Dispensa com tanta frieza 
As flores que trouxe para ti.

Meu coração está em pedaços
Remoído aos bocados, pequenos estilhaços 
De um espelho dourado...
Que reflete meus lamentos 
Tão tristonhos, são momentos
Tomando conta de mim.