terça-feira, 19 de novembro de 2013

Fahrenheit 451

As pessoas caminham em corpos vazios
Enquanto o cheiro de querosene espalha-se no ar
Levando os sorrisos, as lágrimas, as almas.

Mil fatos em obsolescências
Olhos de vidro; paginas em branco...
A Violência, naturalmente, é televisionada
E são os livros que viram indecência.

O menino prevê mais um espetáculo
No brilho das folhas, na fogueira
Queimando feito brasa
Em Fahrenheit 451.

Mas há alguma coisa de errado
Gemidos e gritos em meios aos livros
Que vivem e morrem queimados
Dentro de cada leitor apaixonado
Como à senhora que queima junto a eles

Filosofias, romances, nem contos
Nada mais faz sentido
Entre as cinzas de sua combustão
Flamejam em nome da lei.

O peso de suas banalidades
Expressadas superficialmente
Em nome de tudo que é princípio
Ardem mais homens na guerra
Do que livros nas lareiras.

Para que eles não morram em si
Leiam! Para que se torne parte deles
Então recite-os
Recite-se.

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